DESCRIÇÃO
Características do livro
Edição Fac-Símile
Encadernação: brochura
Miolo: polen soft 80g
Dimensões 14,9x21cm
339 páginas
Apresentação
No limiar deste livro e já quase a termina-lo, faz o Pe. Leonel Franca uma previsão que se não realizou. Imaginou o grande poligrafo, tão cedo roubado à nossa Igreja e à nossa cultura nacional, que a polêmica protestante de que davam notícia suas obras constituiria, no futuro, uma das páginas mais tristes da história religiosa brasileira.
É interessante relembrar, na apresentação deste VII volume, a história de uma vocação despertada ainda antes de sua ordenação sacerdotal e levada a termo no curto espaço de dez anos ou pouco mais. Quando, em 1920, partiu para a Europa nem sequer sabia da existência do livro de Eduardo Carlos Pereira, para cuja refutação publicaria o monumento que é A Igreja, a Reforma e a Civilização. Ia a Roma para iniciar os seus estudos de teologia, pois não era ainda sacerdote, devendo receber as ordens sagradas apenas em 1923. Lá, teve conhecimento do trabalho do pastor por uma circunstância puramente casual, pela leitura – ele próprio o relata – de uma resenha bibliográfica publicada na “Revista de Língua Portuguesa”. Por curiosidade, pediu, então, lhe enviassem o livro do Brasil, e depois de o haver lido (conta-nos) “resolvi consagrar-lhe à crítica os lazeres que me deixavam os estudos universitários”.
Depois de A Igreja, a Reforma e a Civilização (1923) seguiram-se Catolicismo e Protestantismo (1931 – tréplica ao Sr. Ernesto Luís de Oliveira), Lutero e o Sr. Frederico Hansen (1933) e este PROTESTANTISMO NO BRASIL (1937) cuja presente edição inclui o anterior.
Ultimava-se a polêmica. Uma vocação se realizara do começo ao fim. Não ficava sem réplica ou tréplica uma só das contestações sugeridas pela grande obra já hoje traduzida na maioria das línguas cultas. Quando se ia edificando o trabalho do então jovem jesuíta, a muitos parecera que Pe. Leonel Franca deveria estar dedicando sua inteligência e aplicando sua cultura a atividade mais produtiva e de valor mais substancial. Era, porém, uma vocação. E o sacerdote atendeu aos mínimos dos chamados balbucios do chamado. Livros, folhetos, artigos, notas, tudo foi esmiuçado e respondido. Conclusão: só quem não o queira ou não possa deixará de tomar conhecimento de contestação definitiva a todas as famosas e especiosas objeções protestantes já alguma vez formuladas. O Papado, sua origem divina, sua história; a leitura da Bíblia; a infalibilidade da Igreja; a intercessão dos santos; o culto das imagens; a presença real na Eucaristia; o celibato eclesiástico; a unidade e a santidade da Igreja; objeções de ordem teológica, escriturística, histórica; ou meras deformações e equívocos – nada, absolutamente nada deixou de ser ampla e cabalmente esclarecido, com profundidade, sim, mas em linguagem acessível, e numa língua que faz gosto de ler.
Aconteceu, então, que depressa foram esquecidas as deslealdades, os falseamentos, as malsinações, as calúnias e as indignidades de que fizeram uso muitos dos contendores do Pe. Leonel Franca, para só ficarem de pé o vigor de seus altos métodos de polêmica sempre caridosa, mesmo quando enérgica, a linha dentro da qual conduziu todo seu trabalho, fruto de uma dedicação absoluta às exigências superiores da verdade.
O voto formulado pelo autor ao final do prefácio deste volume – tréplica ao professor Otoniel Mota e ao Sr. Lisânias Cerqueira Leite – já se terá cumprido para muitos e para outros tantos se cumprirá: aos católicas, para que se confirmem mais solidamente numa fé que não pode ser combatia senão com armas menos leais; aos protestantes, para que verifiquem os processos insinceros e apaixonados com que os seus apologistas impugnam o catolicismo; a uns e a outros, para que tenham a paz profunda e serena que só a posse da verdade sinceramente investigada e seguida é capaz de infundir nas almas.
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